O governo federal anunciou sexta-feira (29) que o Bolsa Família terá menos recursos em 2026. O orçamento previsto é de R$ 158,6 bilhões, quase R$ 9 bilhões a menos em comparação com o que foi disponibilizado em 2024.
A notícia chega em meio a um cenário político bem agitado, marcado pela proximidade das eleições. O governo afirma que o corte é uma forma de equilibrar as contas públicas sem mexer no valor que as famílias recebem todos os meses.
Como ficam os pagamentos?
O valor do benefício seguirá em R$ 600 por família, com adicionais para crianças, gestantes e lactantes. A redução do orçamento não deve afetar os pagamentos já definidos, mas pode influenciar no número de famílias atendidas.
Um dado importante é que o número de beneficiários caiu: de 20,9 milhões em 2024 para 19,2 milhões em 2026, reflexo das novas regras de elegibilidade.
Novas regras do Bolsa Família
Para entrar ou permanecer no programa, a família precisa ter renda per capita de até R$ 218 e manter o Cadastro Único atualizado.
Há ainda a chamada “regra de transição”, que permite que famílias que ultrapassem o limite continuem no programa por até um ano, recebendo parcialmente o benefício. Apesar de reduzir fraudes, essa mudança aumenta a pressão sobre famílias que vivem “no limite” da pobreza.
Desafios para o futuro
Com menos recursos, o governo terá de equilibrar dois pontos delicados: Manter o valor do benefício estável, sem que a inflação corroa o poder de compra e garantir a inclusão de quem realmente precisa, sem deixar famílias vulneráveis de fora.
O governo também informou que vai destinar R$ 5,1 bilhões para o Auxílio Gás, um benefício pensado para ajudar famílias de baixa renda. Apesar de ser um apoio importante, o valor não chega a equilibrar os cortes feitos no Bolsa Família, que segue sendo a principal rede de proteção social do país.
Repercussões políticas e sociais
Com as eleições de 2026 se aproximando, o Bolsa Família voltou a ocupar o centro das discussões em Brasília. O orçamento ainda precisa passar pela análise do Congresso Nacional, e até a votação final não estão descartadas mudanças que podem alterar os rumos do programa.
O programa, que é visto como essencial para milhões de brasileiros, entra agora em uma fase de maior vigilância: será necessário monitorar se os recursos reduzidos realmente conseguem sustentar sua eficácia e garantir dignidade às famílias mais pobres.